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cascalenses

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A Paróquia de Santo António do Estoril

João Aníbal Henriques, 18.10.13


por João Aníbal Henriques


Quando abordamos pela primeira vez o Estoril, com um horizonte onde o mar e a Serra de Sintra se misturam criando um ambiente diferente e muito sugestivo, é natural que a imagem que dele retemos seja marcada pela imponência visual de uma paisagem verdadeiramente apelativa.

A este apelo paisagístico, sempre entendido por todos aqueles que ali habitaram ao longo do século XX como resultante das condições da natureza, vem juntar-se um património construído de inestimável valor em Portugal. As casas, as ruas, os jardins e até a própria envolvência da praia, num caso único do urbanismo português, foram projectados de raiz, funcionando como uma espécie de cenário, num teatro magnífico, que aprofunda ainda mais o deslumbramento que se sente quando ali se vai.

O grande problema que enforma uma abordagem correcta ao Estoril, prende-se assim com a grande discrepância que permanentemente se desenvolve entre os que somente o observam e aqueles que verdadeiramente o vêm, uma vez que para além da sua componente física, enquadrando a paisagem com o património construído, o Estoril possui ainda uma comunidade humana que, como é natural, se afigura como a principal responsável pelo seu devir histórico.

Por tudo isto, e iniciando agora o primeiro contacto com a povoação, analisar historicamente o Estoril é misturar a simplicidade que dele emana, com a complicação dos muitos acontecimentos que ali se sucedem, num ritmo de tal maneira alucinante que se apresenta difícil analisar.




A complicação, como nos indicam, logo à partida, todos os factores que utilizámos como base de uma investigação que procura constantemente compreender a essência da povoação, mais do que os pormenores documentais que contribuem somente para afastar dessa história, que deve traduzir os lugares e as pessoas, todas as pessoas que habitando no lugar não encontram nela nada que lhes permita desenvolverem uma identificação pessoal com o espaço e as suas gentes, reside fundamentalmente na existência de um binómio que o Estoril utiliza amiúde para traduzir a sua realidade: o interior e o litoral. Estas duas posições, vincadamente alicerçadas numa existência ambígua, em que a denominada Lei dos Contrates está sempre presente, permitem ao Estoril que todos conhecemos, turístico, cosmopolita e cenicamente quase perfeito, equilibrar posições e fundamentar a sua existência num Estoril rural ou ruralizante, de características tantas vezes consideradas toscas ou rudes, mas que fornecem a matéria-prima que permite fundamentar as bases que suportam o cenário fulgurante que se constrói junto ao mar.

O carácter trabalhoso, fruto directo da necessidade de permanentemente se destrinçar a realidade da fantasia que deriva do facto, da forma como o acontecimento que dele surgiu se viu constrangido pela necessidade efectiva de o adaptar às necessidades sociais, económicas ou políticas, acaba por transformar pequenos acontecimentos do quotidiano em grandes elementos evidenciadores das orientações e das sensibilidades daqueles que por eles foram responsáveis.




A Lei dos contrastes, ou seja, a forma implacável que a ciência exige para fundamentar a observação do Homem, surge assim, em permanência, como o ponto de observação estorilense por excelência, ou seja, o ponto a partir do qual se desenvolve verdadeiramente a possibilidade de observar todas as partes envolvidas nas questões abordadas, distinguindo assim, entre os efeitos que de uma forma permanente nos fustigam os sentidos, aqueles que verdadeiramente traduzem a essência do devir histórico estorilense.

Compreender o Estoril, nesta perspectiva, exige assim um afastamento que poderíamos apelidar de histórico, ou seja, um distanciamento cronológico em relação aos factos que garanta uma certa idoneidade na maneira de os abordar. Exige também, de acordo com o nosso ponto de vista, um completo distanciamento em termos sócio-culturais, pois o Estoril de hoje, tal como aquele que Monsenhor António José Moita conheceu quando em 1914 para aqui se dirigiu, é ainda o espaço onde se fazem sentir os mesmos constrangimentos que a tradição e o conservadorismo não permitem ultrapassar.




A grande virtude do Estoril, ou seja, a capacidade de manter incólumes os seus valores, permitiu-lhe, por um lado, uma capacidade de afirmação que o dota da excelência de que necessita para se transformar numa das mais cosmopolitas e desenvolvidas povoações de Portugal. Por outro, essa mesma capacidade, acabou por se traduzir numa espécie de travão que, em sectores chave da vivência do lugar, contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento de obstáculos que jamais vieram a ser ultrapassados.

Esta lei, que contrapõe sempre a necessidade de compreender ambas as partes, foi enunciada desde sempre como um dos princípios básicos que regem a vida do Homem; segundo alguns, é mesmo nela que reside, em última instância, o próprio cerne da existência humana, na qual o mal e o bem, por existirem ambos, dotam-se reciprocamente de uma lógica que dá sentido à própria existência. A povoação do Estoril, na mais ampla abordagem filosófica da sua existência, consegue unir as duas partes que compõem este todo, conjugando os dois contrastes que, numa primeira instância derivam da interioridade do seu litoral e da litoralidade do seu interior, produzindo inevitavelmente um terceiro estado perfeito e independente em que se confundem, e se absorvem reciprocamente, as partes piores de cada uma das suas próprias partes.

Desde sempre se sabe que o Homem, enquanto ser individual, perante o turbilhão incessante da vida, pouco vale. O seu valor, baseado na necessidade de encontrar uma identidade que lhe permita partilhar com o próximo as bases da própria existência, fundamenta-se quase em exclusivo na memória. Esta, por seu turno, está fundamentalmente sujeita aos lugares onde viveram.




Os grandes homens que viveram no Estoril, aproveitando de toda a perfeição que a povoação ainda hoje traduz, usufruíram de tudo aquilo que o Estoril lhes deu, enquanto ali viveram, para desenvolverem a sua genialidade. Aproveitar o saber, a perseverança, a capacidade empreendedora, o discernimento e o amor de todos os que viveram no Estoril, passa fundamentalmente por conhecê-lo, à sua história e às suas histórias, utilizando os ombros sempre disponíveis dos que nos precederam para subirmos mais alto, vendo de cima de tudo o que foi construído, a linha de horizonte que o mar, pela frente, e a serra, por detrás, aqui nos oferecem.

O Triste Caso da Bandeira de Portugal

João Aníbal Henriques, 18.10.13

 

 

Depois de o presidente da república ter hasteado a Bandeira Nacional de pernas para o ar, eis que o primeiro-ministro de Portugal, num país estrangeiro onde estava a representar os interesses nacionais, o faz perante uma bandeira deturpada, obviamente diferente da oficial.

 

No primeiro caso, os altos dignatários que estavam na Câmara Municipal de Lisboa poderiam ter parado o que estavam a fazer e endireitado a bandeira demonstrando assim o respeito que lhes merece Portugal. No segundo, poderiam facilmente ter substituído a bandeira errada, evitando envolver a figura do chefe de estado nesta situação anormal. Mas não o fizeram.

 

Poderão parecer pormenores sem importância. Poderá parecer nada valer perante a situação de caos nacional em que embrulharam Portugal. Poderá parecer assunto desinteressante perante o número de desempregados e de pobreza que neste momento existem no nosso País.

 

Mas é profundamente significativo por demonstrar bem o desrespeito a que está sujeito Portugal. 

O Insano Desrespeito dos Partidos Políticos por Portugal

João Aníbal Henriques, 08.10.13

 

 

 

Numa semana pródiga em casos e estórias, o Portugal popular, dos partidos políticos, das televisões e das revistas sociais, embrenha-se em mais duas intervenções que mostram bem o estado de total desrespeito a que chegámos.

 

O primeiro aconteceu na SIC, no espaço de comentário semanal de Luís Marques Mendes, antigo Presidente do PSD, no qual anunciou que o governo se prepara para fechar metade das repartições de finanças do País.

 

Não contente por assumir que tem acesso privilegiado às decisões do governo, ou seja, que está acima dos restantes Portugueses e não se coíbe de pôr a boca no trombone trazendo cá para fora assuntos que teoricamente nem sequer deveria conhecer, o pródigo comentador explica que a medida só não foi anunciada antes porque estávamos em período eleitoral e que, com as eleições autárquicas à porta, o governo não queria “espantar a caça”!

 

Caça? Mas será que ele não perceber que a caça a que ele se refere somos nós? Será que ele não percebe que este tipo de tratamento mostra bem o desrespeito profundo que esta gente devota ao País e aos Portugueses?

 

Depois, na TVI, foi Marcelo Rebelo de Sousa, também ele antigo presidente do PSD, a afirmar que o ministro Rui Machete “é um chuchu para a oposição”, aconselhando-o a demitir-se e a sair pelo seu próprio pé devido aos muitos casos e polémicos que o têm envolvido ao longo dos últimos tempos.

 

O nível de desrespeito que estes comentadores denotam, em linha com um governo repleto de gente que diz e desdiz consoante as notícias dos jornais, que toma decisões irrevogáveis que revoga mais adiante, que nega categoricamente aquilo que pouco tempo depois vem admitir, é ilustrativo do estado de profunda anomia a que chegou Portugal.

 

Nas eleições, o nível de abstenção é inaceitável, composto por gente que não está disposta a jogar o jogo sujo que os partidos políticos nos impõem. E os partidos estranham… No País real, o desemprego estrutural, a falência económica, o descrédito dos bancos, dos tribunais e das instituições, não se compadece com as brincadeiras que estes senhores nos impõem.

 

Faz falta um novo fôlego, uma nova alma e novas gentes em Portugal.

 

Estes que agora temos não prestam!

Pedro Rocha dos Santos Censurado em Cascais

João Aníbal Henriques, 04.10.13




No início desta semana, depois de concluído o acto eleitoral autárquico em Cascais em que participei como apoiante do Movimento Independente SerCascais, fui contactado pela direcção da empresa organizadora do GreenFest, que decorre no Centro de Congressos do Estoril, informando-me que os recém-eleitos autarcas de Cascais os haviam contactado e exigido que fosse cancelada a minha participação como orador na Conferência sobre Turismo Sustentável prevista para esta Sexta-feira.

Este acto de censura surge depois de o convite me ter sido formulado e de eu o ter aceite há cerca de 1 mês atrás; de ter sido anunciado o programa do evento no qual se incluía a minha participação; de terem sido enviados os convites com o dito programa; e de terem sido publicadas diversas peças promocionais no quais constava o meu nome e a minha conferência e de eu ter enviado convites pessoais a pessoas do sector, a profissionais e amigos. 

Para além de configurar uma afronta inaceitável à minha pessoa, este acto ignóbil põe em causa a minha competência profissional, o meu bom nome e toda a credibilidade internacional que angariei no sector do turismo sustentável, consolidando uma estratégia que levou muito longe o nome do Estoril e que tornou possível que a nossa região e o Centro de Congressos tivessem sido premiados em vários fóruns pelas boas práticas ao nível da sustentabilidade.

Perante esta situação, vejo-me obrigado a tornar pública a minha posição, defendendo a minha honra e sublinhando que a perseguição de que agora sou alvo, é exclusivamente de cunho político, por considerar que a opção de extinguir o Estoril é um ataque àquela que é, sem sombra para dúvidas, umas das mais pujantes potencialidade da nossa região, pondo em causa o futuro da mesma e, por extensão, as perspectivas de um futuro equilibrado e saudável das próximas gerações de Cascalenses. 

O carácter salazarento deste tipo de intervenção, pouco mais de 24 horas depois de encerrado o acto eleitoral, denota que estive certo na minha decisão de defender de forma explícita o Turismo do Estoril, e de ter afirmado, de forma peremptória, que a opção política tomada pelo actual executivo municipal nada tinha a ver com os interesses da região mas sim com interesses particulares dos partidos que governam Cascais e, mais ainda, com os interesses particulares mesquinhos daqueles que os partidos que agora estão no poder. Denuncia um ataque cerrado à História da nossa terra, ao trabalho desenvolvido ao longo de mais e um Século nesta região e, sobretudo, aos excelentes resultados que desde sempre – e até agora – a região do Estoril alcançou a nível internacional.

Em suma, este acto de censura é uma tentativa de calar Cascais e os Cascalenses!

Apelo, desta forma, a todos vós, para que nos ajudem a tornar público este apelo. Dele depende o futuro da Região de Turismo do Estoril, da vocação turística municipal de Cascais e da qualidade de vida de muitas gerações de Cascalenses.

Porque o Estoril não vai morrer desta maneira nas mãos sujas destes algozes. Porque o Estoril também vale a pena!

Pedro Rocha dos Santos

SerCascais ColorFun Party!

João Aníbal Henriques, 01.10.13

 

 

As memórias de uma noite de luz, cor e emoção na "SerCascais ColorFun Party". Uma organização do Pedro Rocha dos Santos que se encheu de risos e sorrisos e deu forma ao sonho de SerCascais. Porque vale a pena! Porque estas eleições autárquicas marcaram o início de um novo ciclo na NOSSA TERRA. Porque nada voltará a ser como dantes!