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cascalenses

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Memórias da Vivenda Monte Branco - Monte Estoril

João Aníbal Henriques, 13.10.14
 
 
Memórias da antiga Vivenda Monte Banco, no sítio do Lago, no Monte Estoril, entretanto demolida e substituída por um incaracterístico edifício moderno e de betão, sem qualquer espécie de respeito e consideração pela identidade deste local tão especial.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

“Parede – a Terra e a sua Gente” de José Pires de Lima

João Aníbal Henriques, 13.10.14
 
 
Há livros que são maiores do que as bibliotecas onde estão guardados e histórias que transcendem largamente a História que contam. É isso que se passa com o livro “Parede – a Terra e a sua Gente”, da autoria de José Pires de Lima, que foi apresentado publicamente na passada Sexta-feira na Sociedade Musical União Paredense.
 
A obra, assente num trabalho monumental de investigação e de recolha de contactos, documentos e depoimentos relativos a mais de um século de vida daquela importante localidade Cascalense, traduz de forma sentida não só a História da Parede, como também todos os pormenores, os detalhes e as minúcias de centenas de Paredenses que até agora eram anónimos, mas que foram os principais responsáveis pela excelência que ali se vive e se sente.
 
Na sessão de apresentação, numa SMUP que foi demasiado pequena para acolher a imensa multidão de Paredenses que acorreram em massa para assistir a este lançamento histórico, o autor referiu reiteradamente que a Parede é um local especial… e é mesmo! Só assim se compreendendo o carácter vincado de uma identidade que encheu cada recanto daquela sala, num exercício de cidadania activa que é dificilmente replicável em qualquer outra povoação de Cascais ou mesmo de Portugal.
 
E José Pires de Lima, numa catarse de memória que limpou velhas gavetas e caixas de recordações há muito perdidas nas arrecadações daquelas gentes, criou eternidade na Parede, ressuscitando vidas e carregando-as para planos de memória que vão perdurar ao longo dos próximos séculos. Na plateia, para além de muitos daqueles que são parte desta história, estavam também os filhos e netos dos que a fizeram e que, desta maneira, passarão a conhecer, a perceber e a valorizar as dores e os sucessos que seus alcançaram para fazer da Parede aquilo que eles actualmente conhecem. A Parede também é agora deles!
 
Não tem preço o trabalho que José Pires de Lima agora traz a público. É impossível antever, de forma pragmática, as repercussões geracionais que o empenho que colocou na preparação desta obra terão no futuro da memória, da identidade e da cidadania Cascalense!
 
 

Os dois volumes da obra “Parede – a Terra e a sua Gente” vão estar à venda na sede da SMUP na Parede. 
www.smup.pt

Os Símbolos de judas em Cascais

João Aníbal Henriques, 13.10.14
 


por João Aníbal Henriques


Há precisamente 20 anos, cerca de um ano depois das eleições autárquicas que mudaram radicalmente a condução política de Cascais, o novo executivo municipal, liderado pelo sindicalista José Luís Judas, tomou uma das mais polémicas decisões do seu mandato: alterar o logotipo da Câmara Municipal de Cascais.
Contra a vontade e perante o espanto dos Cascalenses, virando costas à heráldica municipal que havia sido definida oficialmente através de uma portaria aprovada em 1934 e que ainda está em vigor (ver descrição abaixo), e alocando a esta mudança de imagem recursos financeiros que foram pagos pelo erário público e diminuídos aos investimentos que eram efectivamente necessários a Cascais, a CMC passou a ser representada por um logotipo que conjugava o brasão oficial do município com aquilo que os especialistas em marketing chamam um “lettering” moderno e a transformação do “I” num archote que deixava um rasto verde no ar…
A mudança, que o executivo camarário de então adjectivava como “tranquila”, deixava subentendida a fragilidade de quem precisava de ganhar visibilidade pública, reconhecimento eleitoral e dava corpo a uma campanha de propaganda pessoal dos dirigentes de então.
Polémica, a utilização de uma nova imagem municipal em Cascais, causou perplexidade junto dos Cascalenses, que perceberam paulatinamente que os custos associados a este tipo de operações de marketing, contrariava a alegada “falta de verbas” para obras essenciais para o bem-estar dos munícipes e para o reforço da qualidade de vida no Concelho.
Mas, contrariamente ao que seria de esperar, o marketing agressivo e pueril que grassou em Cascais há duas décadas não só não diminuiu como viu reforçado o seu papel propagandístico e panfletário. Quem não se lembra dos fogos-de-artifício nas noites de Sábado? Da banca sonora dos Vangelis que enchia os comícios do PS e todas as muitas festas e festanças que semanalmente “animavam” Cascais? Dos “Boletins Municipais” a imitar a imprensa local e a fingirem que eram órgãos de comunicação social verdadeiros?...
Cerca de 20 anos depois, assim que o Presidente António Capucho renunciou ao seu mandato, a Câmara Municipal apressou-se a alterar rapidamente a sua imagem institucional. Agora, pouco tempo depois dessa mudança, eis que o novo executivo decidiu mudar novamente.
Qualquer coincidência entre a actual mudança da imagem institucional de Cascais e a que se passou na Nossa Terra há 20 anos não é mera coincidência…

A Heráldica Oficial e Legal do Município de Cascais
 
 
Em sessão de 20 de abril de 1934, a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Cascais, presidida pelo Tenente António Rodrigues Cardoso, aprovou a "constituição heráldica das armas" do concelho, que se definiu na Portaria n.° 7839, de 15 de Junho de 1934, da seguinte forma:
"De prata com um castelo de vermelho, aberto e iluminado de prata, sobre uns rochedos de negro, saindo de um ondado de prata e de verde. O ondado coberto de uma rede de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres Câmara Municipal de Cascais a negro." Bandeira vermelha. Cordões e borlas de prata e de vermelho. Lança e haste de ouro. Selo circular tendo ao centro as figuras das armas sem indicação dos esmaltes, tudo dentro de círculos concêntricos, com os dizeres “Câmara Municipal de Cascais”».
 
O castelo representa a praça-forte, que impusera Cascais enquanto sentinela avançada de defesa da entrada do Tejo e, consequentemente, de Lisboa. Já o esmalte vermelho do castelo é a cor que, heraldicamente, significa vitória, ardis e guerras, e representa ainda a vida, a alegria, o sangue e a força. Por sua vez, a prata do campo das armas demonstra humildade e riqueza, qualidades dos naturais da região. O negro dos rochedos representa a terra e significa firmeza e honestidade, qualidades que também sempre distinguiram os naturais de Cascais. Note-se que o ondado de prata e o verde são as cores indicadas para simbolizar o mar, tanto mais que heraldicamente o verde corresponde à água e significa esperança e fé. Finalmente, a rede representa a vida activa dos cascalenses e o seu sustento, tendo a cor escolhida sido o ouro, que significa fortuna, poder e liberalidade. Refira-se, ainda, que o vermelho da bandeira teve por base a cor do castelo, o elemento principal das armas. A prata da coroa mural obedece à norma estabelecida para simbolizar as vilas.
In www.cm-cascais.pt