Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

cascalenses

cascalenses

Pelo Futuro de Cascais - Revista Fundação Cascais nº 4 de Janeiro de 2002

João Aníbal Henriques, 29.07.16

futurocascais.jpg

 

Em Janeiro de 2002, quando foi publicado o nº4 da Revista Fundação, Cascais atravessava uma das mais marcantes mudanças desde  o início do novo Século: depois de um longo e complexo mandato autárquico de José Luís Judas, toma posse como Presidente da Câmara Municipal de Cascais António d'Orey Capucho, abrindo uma janela de esperança no devir futuro da grande maioria dos Cascalenses.

 

O "Futuro de Cascais" que serviu de mote a esta revista, tinha como pressuposto o estabelecimento de pontes entre aquilo que ainda existia de bom na história recente do concelho e as novas ideias e rumos que poderiam ajudar a reverter a profunda crise que então existia e a trazer Cascais para a senda de um progresso sustentado que os Cascalenses desejavam.

 

Vale a pena reler as palavras de apelo de Filipe Soares Franco na abertura da revista, e também o texto da autoria de Pedro Cardoso que aponta o turismo como a grande vocação municipal. De salientar ainda, a título histórico, a recuperação da memória da loja Faraó, numa entrevista sentida com Jorge Marques, fundador da Fundação Cascais e conceituado empresário comercial Cascalense e a entrevista com o então Presidente da Associação Comercial de Cascais, Eurico Penas Paulo

 

Digno de grande destaque (até porque mantém totalmente a sua actualidade), a apresentação do PIRME - Programa Integrado de Requalificação do Monte Estoril, o primeiro grande projecto de revitalização urbanística e comercial jamais elaborado e apresentado em Cascais. Neste projecto, coordenado pela Associação de Moradores do Monte Estoril, conjugaram-se os contributos e as propostas de quase todas as instituições com interesses naquela importante localidade. A comissão promotora deste projecto era composta por Alfredo Dias Valente de Carvalho, António Pinto Coelho de Aguiar, Diogo Velez Mouta Pacheco de Amorim, Jaime Roque de Pinho de Almeida (Lavradio), João Aníbal Queirós Felgar Veiga Henriques, Joaquim Manuel Cardoso Mendes, José Francisco Gomes Santos Fernandes, José Luís de Athaíde de Almeida e Silva, Luís Miguel Lupi Alves Caetano, Manuel Pinto Barbosa, Paulo Ribeiro Maia de Loureiro e Salvador Correia de Sá. O PIRME pode ser consultado clicando AQUI

 

Vale a pena voltar a ler!

 

A Capela de Nossa Senhora da Vitória e o Paço Medieval de Rio Maior

João Aníbal Henriques, 29.07.16

 

 
 
por João Aníbal Henriques
 
Nossa Senhora da Vitória, em pleno centro histórico da Cidade de Rio Maior, é uma capela com características singelas mas que esconde um vastíssimo manancial de segredos históricos.
 
Não se conhecendo com exactidão as suas origens, sabe-se, no entanto, que foi construía sobre ruínas de ocupações anteriores. Escavações arqueológicas efectuadas no seu interior e no espaço envolvente, desde o adro fronteiro até ao antigo edifício dos bombeiros, vieram comprovar que seria ali o antigo Paço Senhorial de Rio Maior, mencionado por Fernão Lopes nas suas “Crónicas d’el-Rei Dom João I de Boa Memória”. Existindo já no Século XIV, terá sido ali que se passou um dos mais rocambolescos episódios da História de Portugal, quando o irmão da Rainha Dona Leonor, mulher do Rei Do Fernando, terá chegado a Rio Maior para matar o Conde Andeiro, cujas ligações amorosas com a sua irmã traziam imenso escândalo à corte de então.
 
 
 
 
O antigo paço, também designado como “Real” em alguma documentação, por ali terem pernoitado vátios monarcas Portugueses ao longo da sua vasta história, seria assim uma forma de aproveitamento da topografia natural do local. Sobrelevado relativamente ao resto do burgo, a colina onde se situa o templo personificaria uma forma natural de defesa relativamente a possíveis perigos que pudessem advir, sendo por isso muito natural que tenha sido utilizada desde tempos muito recuados como ponto central a partir do qual se desenvolveu a actual cidade.
 
 
 
 
No decorrer das várias campanhas arqueológicas ali realizadas, foi possível encontrar pelo menos três níveis diferenciados de ocupação e que, no espaço interior da capela, recuam até ao Século, quando ali foi enterrada uma criança de tenra idade cujas ossadas foram levantadas numa dessas intervenções. Também se encontraram, no entanto, vários materiais anteriores, em níveis não consolidados e impossíveis de datar, mas que, dada a interacção com os documentos coevos, sugerem ter sido este espaço pertença de um mais antigo templo que terá existido dentro do próprio Paço Real.
Sem acesso público nem culto, uma vez que é desde há bastante tempo utilizada como depósito dos materiais arqueológicos recolhidos em Rio Maior, a Capela de Nossa Senhora da Vitória terá sido assim baptizada depois da vitória de Dom João I em Aljubarrota perante o exército castelhano. Antes dessa data, por ter pertencido à Irmandade das Almas, ter-se-á chamado Capela das Almas.
 
O enquadramento cenográfico deste tempo, num espaço simbolicamente associado ao devir histórico da cidade, apresenta um imenso potencial turístico que, se conjugado com as muitas estruturas construtivas de diversas épocas que foram encontradas em seu torno (e que estão preservadas debaixo da calçada que dá forma ao seu adro), poderá um dia sustentar a criação de um pólo de grande interesse para a região de turismo do Ribatejo.
 

O Castelo e Milfontes ou Forte de São Clemente

João Aníbal Henriques, 28.07.16

 

 
 
por João Aníbal Henriques
 
Há lugares assim… únicos, especiais e irrepetíveis! É o que acontece com o conhecido Castelo de Milfontes, situado na foz do Rio Mira, em pleno centro histórico de Vila Nova de Milfontes, no Alentejo.
 
Construído a partir de um conjunto de ruínas já na segunda metade do Século XX, o edifício, com uma posição privilegiada sobre um dos mais bonitos recantos de Portugal, deslumbra quem dele se acerca há já muitos séculos. De facto, está comprovada a sua origem Fenícia, tendo sido também identificados vestígios arqueológicos dos períodos Grego, Cartaginês e Romano, durante os quais a posição estratégica do edifício era essencial para a defesa da barra do Rio Mira.
 
 
 
 
De facto, foi precisamente nos períodos de maior instabilidade marítima, quando o corso e a pirataria mais se desenvolveram, que o antigo castelo conheceu as suas principais benfeitorias. No final do Século XVI, depois de um ataque cerrado à zona costeira alentejana então sob domínio filipino, Filipe II de Portugal decide construir ali um forte de características modernas que fosse capaz de resolver o problema imenso de insegurança criado pelo fácil acesso marítimo à povoação. As obras arrancam desde logo, assim que o monarca solicita a Alexandre Massai, que nessa altura se encontrava a reconstruir o Forte de Porto Côvo, junto à Ilha do Pessegueiro, os planos para a criação de um baluarte marítimo em Milfontes.
 
O posterior assoreamento do rio e a perda da importância estratégica e comercial daquela região, complementada com a restauração da independência de Portugal e pela falta de meios humanos e técnicos para garantirem a manutenção do edifício, conduzem, como aliás aconteceu com muitos espaços de índole semelhante colocados um pouco por toda a costa Portuguesa, a um processo de progressivo abandono e desleixo. A ruína foi-se instalando e o Forte de São Clemente sobreviveu quase por milagre depois de ter sido envolvido num processo rocambolesco de vendas sucessivas quando no Século XX a república se instalou em Portugal.
 
 
 
 
Depois de ter sido vendido em hasta pública, rendendo menos de 500000 Reis ao Estado, foi novamente revendido a um novo proprietário particular que, dado o estado avançado de degradação no qual o edifício se encontrava, acabou por não ter os recursos suficientes para o recuperar.
 
Já na década de 30, mediante o perigo de desmoronamento do forte, a Câmara Municipal de Odemira ponderou a sua expropriação para posterior demolição e somente a falta de recursos por parte daquela depauperada autarquia garantiu o insucesso dessa funesta intenção. Novamente vendido a um particular em 1939, que recuperou integralmente o espaço e o adaptou a residência pessoal, foi possível devolver ao Castelo de Milfontes a dignidade que ele merece.
 
Residente em Lisboa, o novo proprietário resolve transformar o forte numa espécie de pousada turística, fazendo assim com que o Forte de São Clemente tenha sido um dos primeiros projectos de turismo rural existentes em Portugal!
 
 
 
 
Mais tarde, já em 2009, voltou a ser vendido a particulares, facto que se repetiu já em 2016, tendo estado o edifício anunciado para venda por 3.500.000,00 €! Substancialmente mais do que os 464.000 Reis de 1903…
 
Classificado como Imóvel de Interesse Público e 1978, o Forte de São Clemente é hoje uma peça fulcral na identidade de Vila Nova de Milfontes, carregando uma mística que transporta consigo as emoções, os sonhos e os anseios de mais de mil anos de uma histórica muito atribulada.

 

A Igreja de Nossa Senhora da Conceição em Viseu

João Aníbal Henriques, 27.07.16

 

 
 
por João Aníbal Henriques
 
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição, situada na zona da Ribeira de Viseu, é um dos mais interessantes monumentos da Capital da Beira Alta.
 
O carácter singelo da sua fachada, ostentando a traça típica do Século XVIII e o carácter chão que enquadra a generalidade dos imóveis que se situam junto às margens do Rio Pavia, em Viseu, foi profundamente alterado com a construção, já em pleno Século XX, do seu adro de grandes dimensões e das escadarias monumentais que lhe dão acesso.
 
 
 
 
O carácter sagrado do local onde se situa está bem patente na sistemática reutilização sempre cultual que o mesmo tem. No Século XVI, ali se situava uma antiga capela dedica a São Luís, Rei de França, cuja imagem continua num dos altares laterais da nova igreja. Nos materiais utilizados para a sua construção, encontram-se ainda muitos vestígios reutilizados de outros templos existentes neste local e de antigas capelas entretanto demolidas nas vizinhanças. É o caso das cantarias da antiga Capela de São Jorge da Cava, simbólicas pela conotação eminentemente simbólica da sua evocação, bem como de diversas peças escultóricas ali colocadas e que denotam a importância deste edifício na definição das dinâmicas de culto da Cidade de Viseu.
 
São ainda de salientar, pelo enquadramento cénico que proporcionam, a imensa escadaria colocada junto à fachada e que dá acesso ao adro, numa obra monumental que data do início do Século XX, e o interessante gradeamento que a envolve e que foi oferecido por um devoto Portuense de Nossa Senhora da Conceição. Em 1907 foi colocado no nicho desta escadaria uma imagem antiga do Senhor da Boa Fortuna, cuja proveniência se perdeu.
 
 
 
 
A sua situação geográfica, entre a margem do Rio Paiva e o início de um dos oito troços da Cava do Viriato, faz desta igreja um dos pontos fulcrais numa visita a Viseu, ajudando a perceber a sua permanente ligação à vivência rural das beiras e à singeleza mística de um povo que, apesar de materialmente pobre, foi sempre riquíssimo em termos culturais.
 
 
 
 

 

 

O Visconde da Luz e o Despertar do Cascais Contemporâneo

João Aníbal Henriques, 11.07.16

 

 
 
Estávamos no ano de 1862, não passando  a Vila de Cascais de um pequeno burgo piscatório, quando nela se instalou Joaquim António Velez Barreiros, Visconde de Nossa Senhora da Luz, numa moderna casa de veraneio que mandou construir na Vila Nova, antigo Alto da Bela Vista.
 
Este acontecimento, que poderia ser fortuito no desenrolar do devir histórico da localidade, foi determinante para a História de Cascais, marcando de forma definitivamente um processo de modernização que, conjugado com a chegada da Corte e do Rei Dom Luís, transformará definitivamente Cascais num dos mais cosmopolitas destinos turísticos do Mundo. A chegada do Visconde da Luz, acompanhada por uma série de benefícios que por sua iniciativa melhoraram drasticamente a vida na vila, ofereceram a Cascais um laivo de contemporaneidade que alterou por completo a vivência piscatória e ruralizante que a caracterizava até aí.
 
Acompanhando o Visconde da Luz, muitos foram os lisboetas ilustres que escolheram Cascais para seu destino de veraneio. E, em conjunto com o saudoso Presidente da Câmara João de Freitas Reis, foram o motor de arranque de um conjunto de obras públicas que dotaram Cascais de infraestruturas de excelência que culminaram na escolha da Vila por parte do Rei e da Corte.
 
 
 
 
Por postura camarária de 24 de Maio de 1860, já por sugestão do Visconde da Luz, João de Freitas Reis cria a nova estrada entre Cascais e Oeiras, obra fulcral no desenvolvimento das comunicações entre a Foz do Tejo e a Capital. Paralelamente, a mesma postura determina ainda que todos os carros, ómnibus, seges e bestas somente pudessem transportar pelo empedrado, sob pena de multa. Para o embelezamento desta importante via pública cedeu a câmara, a instâncias do Visconde da Luz, as varas necessárias para protegerem o crescimento das árvores então plantadas.
 
Foi esta postura, assente no pressuposto de que valia a pena apostar numa dinâmica diferente para a Vila de Cascais, que gerou a onda de mudanças que caracterizam esta terra daí por diante. O Visconde da Luz, ainda antes de ter efectivamente passado a residir em Cascais, foi figura determinante na definição de um modelo urbano que assentava na qualidade de vida de todos aqueles que habitavam na localidade. E foi, por esse motivo, o grande impulsionador do Cascais que hoje (ainda) temos.
 
 
(Imagens Real Villa de Cascaes)
 

A Singularidade e o Escadote Social de Cascais

João Aníbal Henriques, 05.07.16

 

 
 
O Concelho de Cascais, pela sua situação estratégica no seio da Península de Lisboa, e pela notoriedade que granjeou ao longo do último século e meio de uma história verdadeiramente extraordinária, é um dos espaços mais atractivos de Portugal, possuindo uma fama que o precede e que é conhecida e reconhecida por toda a Europa.
 
O cunho cosmopolita desta terra, assente nos pressupostos atrás definidos, é de extraordinária importância na definição da vida quotidiana do Concelho. Com um ímpeto progressista que surge associado à permanente capacidade de recriar paradigmas renovados a partir dos problemas com os quais se debate, Cascais esteve sempre um passo à frente do resto do Pais e caracterizou-se sempre pela inovação e pela modernidade.
 
 
 
 
Apesar de existirem aspectos positivos e negativos associados a esta situação, pois o crescimento desmesurado, associado à falta de planeamento e de rigor e de, em muitos momentos da nossa história, ter sido governada de forma pouco capaz, acabou por resultar nalgum caos urbano que se espraiou, com características diferenciadas, um pouco por todo o território municipal, o certo é que a fama de Cascais sobreviveu sempre e foi capaz de se impor às várias gerações que até agora habitaram o concelho.
 
A ideia de qualidade que Cascais deixa transparecer, conjugando o glamour das suas zonas mais emblemáticas com a fama que carregou até bem longe as suas potencialidades, transformou-se em ideias e estereótipos de um determinado tipo de vida que, não sendo linearmente real, serviu sempre de base para que viver em Cascais fosse considerado algo de verdadeiramente notável. Em consequência disso, e pelo menos desde que o Rei Dom Luís escolheu Cascais para estância de veraneio, nos idos de 1870, que esta terra é palco assumido para os devaneios de índole diversa que dão forma à sociedade portuguesa.
 
Como se de um escadote real se tratasse, Cascais é o local que procuram todos aqueles que alcançam a fortuna e o êxito, sendo aqui o melhor espaço para poderem usufruir das suas conquistas. Da mesa forma, e no plano oposto, Cascais é também o local escolhido por todos aqueles que anseiam pelo prestígios e pelo êxito, recriando em seu torno um espaço onírico que serve de cenário para a concretização dos sonhos que ainda faltam acontecer.
 
 
 
 
A singularidade de Cascais é, desta forma, dupla e dúbia. Associa-se às grandes figuras da nossa história que por cá passaram, e também aos grandes desaires e apaixonantes episódios que aconteceram dentro das fronteiras do Concelho, tornando-o único e irrepetível por aquilo que é, mas também por aquilo que muitos acreditam que ele pode vir a ser.
 
Um dos aspectos em que mais se faz sentir esta espécie de pressão positiva, que se fundamenta na solidez estrutural que todos ligamos à qualidade, é o da habitação. As casas, as ruas, os espaços públicos e os acessos a Cascais, sempre foram aspectos essenciais neste pressuposto de afirmação que a terra procura promover. Quem alcançou o sucesso, constrói normalmente em Cascais uma casa à altura do seu sucesso, ao mesmo tempo que quem procura o êxito opta por uma habitação que transpareça o fim último que procura atingir. Por tudo isto, durante muitas décadas, o crescimento e a consolidação da paisagem urbana no Concelho fez-se num processo de paulatina afirmação da qualidade, assumindo uma componente estética que reforçou de sobremaneira a já de si grande fama que a terra transportava. Os parâmetros volumétricos, as cores, as formulações geométricas e os materiais utilizados, eram geralmente de grande qualidade e inseriam-se nos mais vanguardistas movimentos da culturalidade das épocas em que se concretizavam.
 
 
 
 
No que aos espaços públicos diz respeito, o movimento foi idêntico, assistindo-se à criação de infra-estruturas e equipamentos de grande qualidade, em linha com o que se passava com a habitação privada. A qualidade de vida que resultou deste processo, evidente para toos aqueles que aqui viviam e mesmo para os que somente a visitavam, redobraram a fama de excelência que lá fora já caracterizava o concelho, exigindo que governantes e governados se pautassem por níveis de excelência pouco usuais no Portugal de então. Dos colégios e das escolas que recebiam as novas gerações, aos restaurantes, jardins, hotéis e campos de golfe, Cascais foi-se apetrechando de tudo aquilo que caracterizava uma grande capital, ao mesmo tempo que era capaz de preservar a pequenez das terras de sonho e das estâncias turísticas que desde o século XIX consolidaram o seu prestígio um pouco por toda a Europa.

"Mau Ambiente em Cascais" - Revista Fundação Cascais nº3 - Novembro de 2001

João Aníbal Henriques, 04.07.16

img996.jpg

 

O ambiente é um dos pilares essenciais da vocação turística de Cascais! A qualidade da nossa paisagem, o carácter único da nossa História, o nosso clima especial, os monumentos que ainda temos, os cantos e recantos que transformam as nossas vilas e lugares em algo único e irrepetível, são aquilo que sustentou durante um século a prosperidade internacional da marca turística ‘Estoril’ que, nascida da excepcionalidade de Cascais, sempre conferiu à Nossa Terra o prestígio que a transformavam num destino turístico de excepção.

 

Mas o ambiente tem sido sempre uma espécie de “parente pobre” da governação municipal…

 

Debruçando-se sobre este tema, a Fundação Cascais publicou em Novembro de 2001 a revista “Mau Ambiente em Cascais” onde esmiuçava algumas das mais rocambolescas histórias que envolvem a gestão ambiental do Concelho.

 

Filipe Soares Franco, então Presidente da Fundação Cascais, num artigo pragmático sobre este tema, conclui que é batota o que se estava a passar em Cascais, ao mesmo tempo que Pedro Cardoso se debruça sobre a vocação turística de Cascais e sobre a necessidade premente de resolver em definitivo os muitos problemas ambientais que naquela altura caracterizavam o território municipal.

 

No artigo de fundo, desconstroem-se muitos dos mitos que envolvem o ambiente em Cascais. Da ‘Verdadeira História do Abano’ que veio, pela primeira vez, trazer luz sobre o imbróglio que tanto prejudicou Cascais, até à criação de uma entidade “lunar” para gerir os espaços públicos, a instituição apresenta um levantamento exaustivo do que se estava a passar no território contido na área do Parque Natural de Sintra-Cascais, mostrando um cenário dantesco de lixo, incúria e desleixo no qual não faltavam sequer um enorme amontoado de construções clandestinas…

 

E Isabel Magalhães, analisando de forma independente o que estava a passar-se no PNSC, conclui que os vereadores que representavam as câmaras municipais de Cascais e Sintra na estrutura directiva do parque “desempenhavam um papel de verbo-de-encher”!

 

Enfim… cenários de há 15 anos atrás que tanta influência tiveram (e ainda têm) no Cascais no qual hoje vivemos, num clima de profundo mal-estar e de mau-ambiente que não deixava nenhum Cascalense satisfeito.

 

Releia AQUI a versão integral da Revista Fundação Cascais e Novembro de 2001