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cascalenses

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Avis e Cascais

João Aníbal Henriques, 31.07.20
Em 1385 a independência de Portugal foi salva por um homem. Chamava-se João das Regras. Criou uma nova dinastia - de Avis - e o Mundo novo em que agora vivemos. Foi devido a ele que a Europa se ligou à Ásia, à África, à América e à Oceania. Como prémio de vida o Rei Dom João I ofereceu-lhe o presente mais extraordinário do Portugal de então: o Senhorio de Cascais!

 
 


A Filiação Hermética da Alquimia Cascalense

João Aníbal Henriques, 20.07.20

 

A primeira escola de filosofia de Portugal funcionou no antigo Convento de Nossa Senhora da Piedade em Cascais. O edifício, onde actualmente está instalado o Centro Cultural, foi durante muitos séculos cadinho primordial do pensamento e da cultura em Portugal, ali tendo sido produzidas muitas das mais importantes e significantes obras de filosofia, de História e das ciências dos séculos XVI,  XVII e XVIII. Destruído quase por completo durante o grande terramoto de 1755, o edifício foi transformado em Casa de Veraneio pelo Visconde da Gandarinha e guardou na poeira dos novos tempos um dos mais extraordinários segredos de Cascais… Transportado para o Jardim dos Condes de Castro Guimarães, o painel de azulejos do antigo convento passa despercebido a muita gente. Mas naquele recanto encantado, à vista de todos e a comprovar que muitas vezes é no mais óbvio que se encontram as lições mais importantes, fica a prova da filiação hermética de Cascais e sublinha o significado profundo da simbologia alquímica desenvolvida no antigo convento. A “Procissão Triunfal”, misto de teologia e alquimia, retrata a Virgem Maria que segue em Glória num carro puxado a cavalo que esmaga com as suas rodas o dragão telúrico das forças mortais e terrenas. À frente, ostentando de forma vigorosa o Sol e a Luz, numa alusão simbólica à totalidade, os Arcanjos São Miguel e São Gabriel abrem o caminho para os grandes pensadores de todos os tempos: A “Ciência de Maria”, vulgo alquimia, consagra-se na Grande Obra de Santo António de Lisboa, Santa Isabel de Portugal, Santo Alberto Magno, Santa Isabel da Hungria, Arnaldo de Vilanova, etc. fechando o cenário com os anjos que carregam cada qual uma das alfaias sagradas do Hermetismo Carmelitano. Numa época de absurdo absoluto, em que se põem em causa os valores mais essenciais do humanismo português, importa olhar com atenção para este segredo, pois é pegada fundamental na caminhada em direcção ao entendimento iluminado da Sabedoria Divina que se oculta sob esta capa protectora dos ataques inesperados do Mundo Profano. É Cascais, uma vez mais, a tomar a dianteira desta procissão monumental!...