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Os Tronos de Santo António de Cascais em 1952

João Aníbal Henriques, 15.05.25

 

 

por João Aníbal Henriques

A ligação de Cascais a Santo António é ancestral. Já antes da instalação na Cidadela do regimento Dezanove de Infantaria, que tinha Santo António como orago, existia na Capela de Nossa Senhora da Vitória uma imagem do Santo Taumaturgo que haveria de ter um papel de decisiva importância na consolidação da Identidade Cascalense.

Em 1952, numa iniciativa conjunta da Sociedade Propaganda de Cascais e da Junta de Turismo do Estoril, foi realizado um muito popular concurso de tronos dedicados a Santo António que encheram as ruas de Cascais de cor e de movimento dando o mote para o clima de grande devoção que toda a vila dedicou ao santo lisboeta. Com imensa participação popular, e um júri que incluía os dirigentes da propaganda e do turismo e ainda elementos da direcção do Casino Estoril, a iniciativa passou por vários dos principais arruamentos da vila e teve prémios de valor considerável que foram dos 500$00 aos 50$00, distribuídos em quatro escalões consoante a avaliação efectuada pelos cascalenses.

 


Agraciado com o primeiro prémio foi a dupla formada pelos cascalenses José Luiz e António Jorge Rodrigues Cardoso, que receberam 500$00 pelo trono que montaram no nº 95 da Rua Visconde da Luz. Em segundo lugar ficaram Maria Matilde dos Santos Branco e Maria Luiza Brígida, moradoras na Rua dos Navegantes, nº 46, tendo recebido um prémio de 400$00. Em terceiro lugar, com um prémio de 200$00, ficou Guilherme Luiz Antunes da Conceição, com o seu trono montado na Rua Nova da Alfarrobeira, 9. O penúltimo premiado foi Maria Teresa Dâmaso de Jesus, moradora no número 11 da Rua Alexandre Herculano e tendo recebido 100$00. E o quinto premiado foi José Manuel Assis Santa, que recebeu 50$00 pelo trono que montou em sua casa no Beco Torto, nº 14.

A cerimónia de entrega dos prémios aconteceu no Casino Estoril no Domingo, dia 22 de Junho, tendo comparecido as mais altas individualidades da vida municipal, para além de uma comitiva representante dos comerciantes da baixa de Cascais.

 


Eurico Braga e Francisco Romano Esteves, em nome da organização, fizeram os discursos e entregaram os prémios, sublinhando sempre a importância destas iniciativas para o reforço da participação cívica dos cascalenses nos interesses da sua terra.

Depois de um interregno de várias décadas, a antiga tradição cascalense foi retomada em 1983, desta feita numa organização totalmente dirigida pela Sociedade Propaganda de Cascais e por iniciativa da dupla formada pelos directores António de Sousa Lara e Benjamim Quaresma Dinis, contando sempre com a presença, o entusiasmo e o apoio de Armando Penin Villar.

 


 

Nesse ano os festejos iniciaram-se com a procissão, que saiu da porta da Cidadela em direcção à Igreja de Nossa Senhora da Assunção, e que culminou, às 17h00, com a actuação da Orquestra Ligeira do Exército no palco do Largo Luís de Camões.

O êxito da iniciativa, bem patente nas notícias dadas pelo Jornal da Nossa Terra e pelo Jornal da Costa do Sol, contou ainda com o patrocínio da Câmara Municipal de Cascais e do C.I.A.A.C – Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea de Cascais.

 
 
Fotografias AHMC - Arquivo Histórico Municipal de Cascais

 

 

Quando Cascais Comemorou os seus Campeões Mundiais

João Aníbal Henriques, 09.05.25

 

por João Aníbal Henriques

Em 1982 a Selecção Nacional de Hóquei em Patins sagrou-se Campeã Mundial da Modalidade na sequência de um jogo de emoções fortes que colocou os representantes de Portugal frente a frente com a fortíssima Selecção Espanhola.

Da equipa vencedora, que comemorou o título em Barcelos, no Norte de Portugal, faziam parte três ilustres jogadores que eram naturais do Concelho de Cascais. José Leonilde dos Santos Leste, João Sobrinho e Victor Manuel dos Santos Carvalho, conhecido como “Xana”, contribuíram de forma decisiva para o resultado de Portugal e ajudaram a promover o país e a região em todo o Mundo e a Câmara Municipal de Cascais, em parceria com a Sociedade Propaganda e demais instituições da sociedade civil cascalense, não quiseram deixar passar o grandioso momento sem homenagearem publicamente esses três grandes vultos do desporto municipal.

 


Numa cerimónia formal organizada pelo Vice-Presidente da Sociedade Propaganda, Benjamim de Quaresma Dinis e pelo então Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Alberto Rosa, as forças vivas de Cascais uniram-se ao então Secretário de Estado dos Desportos, João Serra e Moura, e atribuíram aos jogadores homenageados a placa de honra do município de Cascais. Estiveram presentes, para além dos já referidos, os vereadores José Augusto da Silva Fialho, do CDS, a Vereadora Maria Olga Salgueiro Sande Filipe Ferreira, do PS, e o Vereador João Vanzeller da APU. De salientar ainda a presença do mítico e saudoso Padre Miguel, dos Salesianos do Estoril, que havia sido o primeiro orientador técnico dos homenageados no início da sua prática desportiva, e que se mostrou particularmente comovido com a justíssima homenagem aos seus antigos alunos salesianos.

O Presidente da Câmara Municipal, num discurso igualmente marcado pelo registo de enorme satisfação sentida por todos os cascalenses pelo grande feito alcançado por estes seus conterrâneos, veio reforçar o papel extraordinário desempenhado pelos Salesianos do Estoril e, sobretudo, pelo Padre Miguel, no desenvolvimento da excelência através de uma aposta firme e determinada na promoção do desporto junto dos mais jovens munícipes de Cascais.

 


O Salão Nobre dos Paços do Concelho, apinhado de gente de Cascais que aplaudiu emocionadamente os campeões, encheu-se assim de um orgulho que extravasou até o feito alcançado no hóquei em patins, transformando-se num verdadeiro catalisador que uniu os cascalenses em torno da ideia de mérito e de excelência que havia sido alcançada.

Uma memória muito feliz do Cascais de 1982 que nos permite recuperar as recordações de várias personalidades que tanto contribuíram para a excelência da Nossa Terra!

 

 
 
 
Fotografias César Cardoso