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Mais um Orçamento Participativo em Cascais

João Aníbal Henriques, 26.10.15

 

 
 
Está novamente em curso o Orçamento Participativo de Cascais. A edição deste ano, composta por 20 projectos finalistas, vai pôr os cascalenses a votar através de SMS’s nas iniciativas que lhes parecem mais importantes, como se fosse um concurso televisivo em que uns ganham e outros perdem.
 
E se fossem somente pequenos projectos pessoais que fossem a jogo, tentando assim a sua sorte para poderem usufruir de uma parcela dos dinheiros públicos necessários à sua concretização, não haveria problema de maior, podendo até considerar-se que o dito concurso estimularia a imaginação e a criatividade dos Cascalenses para desenvolverem ideias diferentes.
 
Mas não. Os projectos a concurso são quase todos necessidades primárias do Concelho de Cascais e são parte integrante do conjunto de obrigações que o município assume enquanto entidade eleita para gerir o espaço público e zelar pelo erário que pertence a todos os Cascalenses.
 
Ou seja, a generalidade dos projectos que se sujeitam a este concurso, são coisas que todos os cascalenses esperam que a Câmara Municipal de Cascais concretize imediatamente e dos quais depende o bem-estar e a qualidade de vida no Concelho.
 
Mas o grande problema é que, como concurso que é, uns ganham e outros perdem… e, aqueles que tiverem menos amigos dispostos a pegar no seu telemóvel para mandar o SMS, estão condenados a não ver cumprida a sua vontade.
 
E agora, dos 20 projectos a concurso, imagine-se, por exemplo que não ganha o nº2… pois, a consequência é que não vai ser construído o muito necessário passeio entre a Charneca e a Malveira na EN9! E se perder o nº 8, não se farão as muito necessárias obras de restauro na Capela da Conceição da Abóboda! E se perder o nº 17, os Bombeiros de Alcabideche não vão ter as suas tão necessárias ambulâncias de suporte básico de vida! E se perder o nº 24, serão os Bombeiros de São Domingos de Rana que não terão um Veículo Urbano de Combate a incêndios! E se perder o nº 28, a Escola Básica de Carcavelos não terá um telheiro! E se perder o nº 36, os Bombeiros da Parede-Carcavelos continuarão a correr risco sérios de saúde porque não serão retirados os painéis de amianto dos telhados da sua sede! E se perder o nº 39, veja-se lá que a Villa Romana de Freiria, classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1997 e que se encontra num estado de inconcebível desleixo, não será reabilitada!
 
Para além de muitos outros exemplos, cada qual mais inconcebível.
 
A boa notícia é que alguém vai ganhar o concurso deste ano. No meio de um cenário mediático e envolvido por uma boa dose de propaganda, alguém vai ter a sorte de ver resolvida uma destas necessidades primárias.
 
Os outros... bem… se precisarem mesmo de uma ambulância, de um carro de bombeiros ou de um passeio na sua terra têm bom remédio: tentem novamente para o ano!

O Triste Caso da Bandeira de Portugal

João Aníbal Henriques, 18.10.13

 

 

Depois de o presidente da república ter hasteado a Bandeira Nacional de pernas para o ar, eis que o primeiro-ministro de Portugal, num país estrangeiro onde estava a representar os interesses nacionais, o faz perante uma bandeira deturpada, obviamente diferente da oficial.

 

No primeiro caso, os altos dignatários que estavam na Câmara Municipal de Lisboa poderiam ter parado o que estavam a fazer e endireitado a bandeira demonstrando assim o respeito que lhes merece Portugal. No segundo, poderiam facilmente ter substituído a bandeira errada, evitando envolver a figura do chefe de estado nesta situação anormal. Mas não o fizeram.

 

Poderão parecer pormenores sem importância. Poderá parecer nada valer perante a situação de caos nacional em que embrulharam Portugal. Poderá parecer assunto desinteressante perante o número de desempregados e de pobreza que neste momento existem no nosso País.

 

Mas é profundamente significativo por demonstrar bem o desrespeito a que está sujeito Portugal.