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Palácio do Conde de Verride: Um Escadote Social na Cidade de Lisboa

João Aníbal Henriques, 29.11.13
por João Aníbal Henriques
As casas e as ruas de uma cidade, para além das suas funções práticas, relacionadas com a circulação e a residência, desempenham outros tipos de funções que enquadram formas alternativas de organização dos espaços e das comunidades que as habitam. 
 A componente estética, com as implicações que tem na forma como se vive a cidade, conjuga-se com uma funcionalidade de âmbito social, tantas vezes preterida nas análises que se fazem ao espaço urbano, mas que, em contraponto com as componente relacionadas com o devir diários dos seus habitantes, pressupõe uma intervenção de fundo ao nível da organização dos grupos, das gentes e das relações interpessoais. As casas são, por vezes, autênticos escadotes que os seus proprietários utilizam para se afirmar perante os outros, assumindo que a componente estética, associada a uma verdadeira arquitectura de cenário, desempenha o mais importante papel na forma como foi concebida, pensada e edificada. 
 É o que acontece, por exemplo, com o Palácio do Conde de Verride, também conhecido como Palácio Santiago-Prezado, situado no Alto de Santa Catarina, junto ao espaço onde se situava a antiga Igreja Paroquial de Santa Catarina, destruída por completo pelo terramoto de 1755. 
 Construída na primeira metade do Século XVIII, o palácio foi residência do Barão e Visconde de Molelos, Francisco de Paula Silva Tovar, que dá origem a um processo complexo de venda e revenda sucessiva do imóvel que vai passando pela mão de vários proprietários.
 Da política, às finanças, passando ainda pela fina flor da aristocracia Portuguesa do final do Século XIX, o Palácio de Verride serviu sempre como forma de os seus proprietários consolidarem a sua posição no seio da sociedade Lisboeta. Adquirida em 1910 por João Lobo Santiago Gouveia, o palácio vem consolidar, na época conturbada da implantação da república, a recém nobilitação do seu novo proprietário que havia sido feito Conde de Verride em 1901. 
 Com uma localização única num dos mais extraordinários recantos de Lisboa, o Palácio de Verride encontra-se encerrado e é actualmente propriedade da Caixa Geral de Depósitos.

O Palacete de Santa Catarina / Museu da Farmácia

João Aníbal Henriques, 29.11.13
por João Aníbal Henriques

Construído em 1862 por José Pedro Colares Pereira, o Palacete de Santa Catarina, situado no largo com o mesmo nome junto de um dos mais extraordinários miradouros de Lisboa, é hoje o Museu da Farmácia, onde possível conhecer o percurso e a história das farmácias em Portugal.

O imóvel, que se encontra em excelente estado de conservação, foi vendido no final do Século XIX a industrial Alfredo da Silva, fundador da CUF, que o deixou em herança ao seu genro D. Manuel da Silva.

 

Com uma localização privilegiada num dos recantos com mais impacto visual da Cidade de Lisboa, o Miradouro de Santa Catarina, o palacete ocupa o espaço onde outrora se encontrava a Igreja Paroquial de Santa Catarina que ruiu com o terramoto de 1755.