Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

cascalenses

cascalenses

Património de Cascais - Memórias Antigas da Nossa Terra

João Aníbal Henriques, 20.09.16

patrimóniocascalense.png

 

Na semana em que Cascais se prepara para comemorar o património, oferecendo à sua população a possibilidade rara de visitar peças que fazem parte da identidade Cascalense e que estão normalmente fechadas ao público, importa recuperar este que é um dos temas mais importantes para a Nossa Terra.

 

Entre 1993 e 2000, a Fundação Cascais preparou o “Levantamento Exaustivo do Património Cascalense”  O trabalho agregou um conjunto de seis bases de dados (uma por cada freguesia) com um total de 2900 fichas patrimoniais e cerca de 500 páginas de sugestões e propostas que tinham como principal objectivo recriar um instrumento de trabalho profícuo para a administração municipal.

 

O L.E.P.C. foi publicado em versão electrónica através de um suporte em CD-Rom, tecnologia de ponta naquela época, facto que se tornou possível depois do apoio que a instituição recebeu da Câmara Municipal de Cascais para esse efeito, tendo sido distribuído gratuitamente em todas as bibliotecas e escolas do município.

 

Infelizmente, 16 anos depois dessa publicação, uma parte substancial das peças patrimoniais inventariadas pela Fundação Cascais já desapareceu. Algumas foram destruídas pela fúria do betão e deram lugar a espaços incaracterísticos que todos conhecemos; outras desapareceram como consequência da ruína que resultou do seu abandono; e outras tantas, embora devidamente classificadas, foram “esquecidas” pelo poder político, vendo desaparecer todo o potencial turístico, cultural e social que ainda possuíam.

 

Em 2003, quando a Fundação Cascais publicou a sua revista dedicada ao património, fez-se o ponto-de-situação em que nos encontrávamos… Isabel Magalhães, então presidente do Conselho de Fundadores, dizia que “a inventariação e a posterior classificação dos imóveis com valor, é o primeiro passo que se deve seguir para combater a degradação”. Filipe Soares Franco, o então presidente do Conselho de Administração, sublinhava que “apesar de ter sido notório o apoio da sociedade civil a esta causa, os partidos políticos ignoraram o apelo, criando assim as condições que permitiram a delapidação patrimonial de Cascais”. Pedro Luís Cardoso, tesoureiro da instituição, dizia que “sem património e sem memória fica comprometida a vocação turística de qualidade de Cascais” e João Aníbal Henriques, coordenador do projecto, explicava que “no ano 2000, quando a Fundação Cascais entregou à Autarquia o ‘Levantamento Exaustivo do Património Cascalense’, com seis bases de dados e cerca de 2900 imóveis inventariados, deixou de existir desculpa para o desconhecimento que se alegava noutros tempos”.

 

Tantos anos depois, quando muitos dos imóveis que constam no Levantamento Patrimonial realizado pela Fundação Cascais já são história e não passam de memórias difusas de alguns Cascalenses, vale a pena voltar a percorrer cada uma destas fichas e destas fotografias que ainda se encontram por aí em bibliotecas espalhadas por esse País fora.  Por ali se encontram os laivos oníricos de um Cascais que soçobrou perante os muitos interesses que permanentemente se digladiam à sua volta, mas também os pilares indestrutíveis de um edifício de cidadania que dignifica a Nossa Terra.

 

 

Clique AQUI para reler a Revista Fundação Cascais dedicada ao Património Cascalense

 

rev8.jpg

 

Tratar da Saúde a Cascais

João Aníbal Henriques, 30.08.16

Tratar da Saúde a Cascais.jpg

 

 

Actualmente o edifício do antigo Hospital dos Condes de Castro Guimarães, vulgo Hospital de Cascais, encontra-se devoluto e poucos são aqueles que sabem o que ali se vai fazer, preocupando os Cascalenses e criando espaço para especulações que vão minando a confiança dos cidadãos.

 

Em 2002, quando a saúde era o principal desafio que se colocava a Cascais, a Fundação Cascais publicou um número da sua revista inteiramente dedicada a este sector. Nessa altura, perante a total desadequação do velho hospital perante as necessidades efectivas de Cascais e dos Cascalenses, a instituição veio propor um “Plano Global de Saúde para Cascais” que, para além da urgente construção de um novo hospital, recriasse também uma rede global de apoio à população, com hospitais de rectaguarda, cuidados preventivos, cuidados continuados e cuidados paliativos.

 

Vale a pena recordar a entrevista ao então recém-eleito Presidente da CMC, António d'Orey Capucho, que despoletou um processo importantíssimo de reformulação da saúde no concelho depois de mais de duas décadas de completo marasmo. Nota especial também para a entrevista a Maurício Chumbo, então director clínico do Centro Hospitalar de Cascais, que chefiava uma equipa que fez literalmente milagres nas condições inadmissíveis com as quais trabalhava.

 

Menção especial ainda para o artigo da autoria de Isabel Magalhães, nessa altura vereadora independente com o pelouro das actividades económicas, sobre a relação entre a prática empresarial e a saúde de Cascais. Na mesma linha, Pedro Luís Cardoso vem defender a importância da existência de cuidados de saúde de qualidade para o desenvolvimento da vocação turística da região.

 

Por fim, num acto de gratidão que marcou o décimo aniversário da presença da Fundação Cascais no Centro Pastoral Nossa Senhora e Fátima, no Bairro do Fim-do-Mundo, a notícia da publicação do livro infantil O Grande Fininho, que corporizava uma homenagem muito sentida ao trabalho e à dedicação das Irmãs Salesianas Elvira e Joaquina a uma das mais desfavorecidas comunidades Cascalenses.

 

Releia AQUI a Revista “Tratar da Saúde a Cascais”

 

"Mau Ambiente em Cascais" - Revista Fundação Cascais nº3 - Novembro de 2001

João Aníbal Henriques, 04.07.16

img996.jpg

 

O ambiente é um dos pilares essenciais da vocação turística de Cascais! A qualidade da nossa paisagem, o carácter único da nossa História, o nosso clima especial, os monumentos que ainda temos, os cantos e recantos que transformam as nossas vilas e lugares em algo único e irrepetível, são aquilo que sustentou durante um século a prosperidade internacional da marca turística ‘Estoril’ que, nascida da excepcionalidade de Cascais, sempre conferiu à Nossa Terra o prestígio que a transformavam num destino turístico de excepção.

 

Mas o ambiente tem sido sempre uma espécie de “parente pobre” da governação municipal…

 

Debruçando-se sobre este tema, a Fundação Cascais publicou em Novembro de 2001 a revista “Mau Ambiente em Cascais” onde esmiuçava algumas das mais rocambolescas histórias que envolvem a gestão ambiental do Concelho.

 

Filipe Soares Franco, então Presidente da Fundação Cascais, num artigo pragmático sobre este tema, conclui que é batota o que se estava a passar em Cascais, ao mesmo tempo que Pedro Cardoso se debruça sobre a vocação turística de Cascais e sobre a necessidade premente de resolver em definitivo os muitos problemas ambientais que naquela altura caracterizavam o território municipal.

 

No artigo de fundo, desconstroem-se muitos dos mitos que envolvem o ambiente em Cascais. Da ‘Verdadeira História do Abano’ que veio, pela primeira vez, trazer luz sobre o imbróglio que tanto prejudicou Cascais, até à criação de uma entidade “lunar” para gerir os espaços públicos, a instituição apresenta um levantamento exaustivo do que se estava a passar no território contido na área do Parque Natural de Sintra-Cascais, mostrando um cenário dantesco de lixo, incúria e desleixo no qual não faltavam sequer um enorme amontoado de construções clandestinas…

 

E Isabel Magalhães, analisando de forma independente o que estava a passar-se no PNSC, conclui que os vereadores que representavam as câmaras municipais de Cascais e Sintra na estrutura directiva do parque “desempenhavam um papel de verbo-de-encher”!

 

Enfim… cenários de há 15 anos atrás que tanta influência tiveram (e ainda têm) no Cascais no qual hoje vivemos, num clima de profundo mal-estar e de mau-ambiente que não deixava nenhum Cascalense satisfeito.

 

Releia AQUI a versão integral da Revista Fundação Cascais e Novembro de 2001

 

 

Cascais Está à Venda! - Revista Fundação Cascais - Setembro de 2001

João Aníbal Henriques, 23.06.16

Corria o mês de Setembro de 2001, com as eleições autárquicas quase a chegar, quando o Concelho de Cascais acordou completamente coberto de tabuletas anunciando a venda de propriedades. Eram várias centenas, espalhadas sobretudo pela zona interior do território municipal e resultavam da utilização de um aparentemente insignificante artigo no PDM (Plano Director Municipal) dessa época para proceder à legalização rápida das centenas de loteamentos clandestinos que proliferavam nesta terra. A Fundação Cascais realizou um trabalho de fundo sobre a matéria e concluiu que cerca e 1/3 do território concelhio ficava em causa com este procedimento. E que a negociata fez prosperar muita gente...

 

Neste número desta revista histórica, uma crónica da autoria do saudoso António de Brito intitulada "Pelas Ruas da Amargura" faz um périplo pelas ruas e ruelas da Vila de Cascais. Há 15 anos, os problemas detectados eram basicamente aqueles que hoje afectam os Cacalenses. 

 

Ainda uma nota especial para as "Figuras de Cascais", neste número homenageando o Comendador Joaquim Baraona, e para o artigo de reportagem sobre o estado deplorável em que se encontrava o Palácio Real da Cidadela de Cascais. Esta foi, felizmente, uma batalha que a Fundação Cascais venceu.

 

E ainda a recuperação da memória de Cascais através de uma peça sobre a "Pastelaria Bijou" e o trabalho desvenvolvido pelo seu proprietário, Pedro Canelas, em defesa do comércio tradicional Cascalense. 

 

Vale a pena voltar a ler!